loading . . . Relembre casos em que PMs foram flagrados saqueando casas em operações no Rio A divulgação recente de vídeos de câmeras corporais mostrando oito policiais militares da tropa de elite furtando roupas, sapatos e perfumes em uma casa no Complexo do Alemão, durante a Operação Caixinha, em 15 de janeiro deste ano, trouxe à tona outras denúncias de abusos cometidos por agentes em operações no Rio. O caso provocou forte reação de entidades de direitos humanos e levou ao afastamento dos envolvidos das ruas, que agora cumprem funções administrativas.
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O episódio, porém, não é isolado. Nos últimos anos, diferentes comunidades registraram relatos e flagrantes de PMs saqueando residências durante ações ostensivas.
Em 2022, logo após a implantação do Programa Cidade Integrada no Jacarezinho, uma moradora denunciou que policiais ocuparam seu imóvel por três meses, chegando a utilizar a piscina e a levar eletrodomésticos.
— Chuveiro não existe mais. Quadro de energia, retirado. Fogão, assim como o botijão, tudo levado: gás, panelas — relatou, sob anonimato, em depoimento ao Ministério Público.
A proprietária chegou a relatar ter abandonado a casa por medo dos policiais e relatou que recebeu recados para não retornar. Quando voltou, encontrou o imóvel saqueado. Outros moradores da região fizeram denúncias semelhantes.
No mesmo ano, na comunidade Vila Aliança, Zona Oeste, um morador registrou PMs do Batalhão de Choque invadindo sua casa. Pelas câmeras de segurança, acompanhadas em tempo real por aplicativo, ele viu os agentes mexendo em seus pertences, sem mandado judicial.
Um deles se surpreendeu com uma garrafa de uísque. — É Black Label?! — perguntou. Outro revirou uma caixa com jogos eletrônicos: — Ó, cheio de jogo maneiro. Só que é Xbox.
Segundo o morador, foram levados uma caixa de som, um vidro de perfume, um quilo de carne congelada e oito caixinhas de água de coco. Ele contou que sua casa já havia sido alvo de invasões em ao menos dez ocasiões anteriores.
Na época, a PM informou apenas que os agentes foram identificados e afastados, passando por um Conselho Disciplinar, mas não esclareceu o desfecho do processo.
Os casos reacendem o debate sobre a responsabilização de agentes flagrados cometendo crimes durante operações em áreas de conflito. Apesar da recorrência das denúncias, os desfechos disciplinares e judiciais nem sempre são divulgados pela corporação.
Com o novo flagrante no Alemão, as comissões de Direitos Humanos da OAB-RJ, da Alerj e da Câmara dos Deputados prometem acompanhar de perto a investigação.
Procurada, a Polícia Militar não respondeu. http://dlvr.it/TNP70W