Tema de hoje: Como fazer os ex-eleitores da esquerda votarem nela de novo? Chame-os de pobres de direita e de fascistas, diga que são dementes hipnotizados por pastores, fake news e algoritmos, negue que o seu voto seja racional e consciente. Siga-me para mais receitas de desastres eleitorais.

Formamos uma geração inteira de guerreiros e depois queremos que negociem democraticamente diferenças, usem razão e boa vontade para mediar divergências, entendam que chegar a compromissos com adversários e engolir alguns sapos em nome da tolerância são valores da democracia? @willgom3s.bsky.social

Depois os progressistas se perguntam por que a extrema-direita vem crescendo a cada eleição. Eu não sou homem, branco, cis, hétero, mas, se fosse, pq votar numa esquerda que dá o monopólio da virtude a uns, enquanto aos outros resta apenas as consequências de uma espécie de pecado original?

O repórter me perguntou: "Professor, o Sr. acha que tem jeito de o debate eleitoral voltar a discutir propostas como deseja o público?". A parte cínica da minha alma me fez cogitar dizer "Que público? O público gosta de fight". Mas me contive e declarei sério "Sim, vai melhorar que Deus me disse".

É a hora do sommelier de indignação. Substitua direita por "mulher", "negro", "conservador" ou cristão e você vai ter um bom uso retórico do vitimismo para dizer que "vocês so não se importam comigo". É manjado o truque, mas é irresistível. Testem aí.

Com respeito à luta na lama que virou o debate eleitoral em São Paulo, todo mundo está olhando e julgando o lado da oferta. Não, amiguinhos, não vão entender como chegamos a este ponto sem examinar o lado da demanda. Há uma demanda clara no público por marçalismo e datenismo. Think about it

Se for verdade, é a versão vaticana do editorial Uma Escolha Muito Difícil.

Opinião - Wilson Gomes: Crise de imagem: o governo Lula sob pressão www1.folha.uol.com.br/colunas/wils...

Ora vejam vocês, a gente pensava que a extrema-direita duraria o inverno de um mandato, as pessoas recuperariam a razão e o eixo político se afastaria dos radicais. Qual o quê! A direita radical está mais próxima de se dividir em duas do que em definhar por falta de apoio popular.

Viu?

E se Marçal for para o segundo turno com Nunes como os números de hoje sugerem? Heim?