loading . . . Rei da Espanha fala em 'crise humanitária insuportável' e 'sofrimento indescritível' em Gaza O rei da Espanha, Felipe VI, apertou o tom do discurso sobre a guerra em Gaza, afirmando que o território enfrenta uma “crise humanitária insuportável”, na qual centenas de milhares de pessoas se veem diante de um “sofrimento indescritível”. As palavras do monarca, que já havia se pronunciado antes sobre a guerra, mas com menos veemência, se somam a palavras e gestos cada vez mais agudos de Madri em relação a Israel.
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Em visita ao Cairo, ao lado da rainha Letícia, Felipe VI defendeu os esforços por um cessar-fogo em Gaza, elogiando o papel de seus anfitriões egípcios, que têm um papel de mediação nas até agora inconclusivas conversas entre Israel e o Hamas.
— A rainha e eu estamos cientes da grande incerteza gerada pelo contexto regional complexo e instável, e é por isso que queremos transmitir nosso apoio e proximidade a vocês e, com ele, aos seus compatriotas — afirmou Felipe VI.
Depois das gentilezas, ele não economizou nas palavras para falar da situação no enclave, hoje em meio a uma nova etapa da ofensiva israelense para ocupar a Cidade de Gaza, que levou ao êxodo forçado de milhares de pessoas em direção ao sul do território.
— [O ataque do Hamas de outubro de 2023] provocou uma resposta com inúmeras vítimas, que degenerou em uma crise humanitária insuportável, no sofrimento indizível de centenas de milhares de pessoas inocentes e na devastação total de Gaza — disse o monarca.
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Esta não foi a primeira vez em que Felipe VI se referiu ao conflito na Faixa de Gaza. Em diversas ocasiões destes últimos dois anos, ele falou sobre a situação humanitária no enclave, e elogiou o trabalho das Nações Unicas, inclusive da agência da ONU para os refugiados palestinos, a Unrwa.
Em maio do ano passado, durante um evento empresarial em Madri, disse que a violência na região não começou com o ataque do Hamas, mencionando a “terrível escalada da violência” e a “destruição devastadora” do enclave, sem usar, contudo, a expressão “genocídio”, algo que ele tampouco fez durante sua visita a Egito.
O tom mais ácido das críticas à guerra — e a Israel — coincide com o acirramento das posições dentro do governo espanhol sobre o conflito. O premier Pedro Sánchez acusa abertamente os israelenses de cometerem genocídio, e tem adotado medidas práticas, como embargos à indústria armamentista de Israel, que incluíram o cancelamento de um contrato bilionário para a compra de lançadores de granadas. No ano passado, ao lado de Irlanda e Noruega, a Espanha reconheceu oficialmente o Estado palestino, e se juntou a uma ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça, em Haia, centrado na acusação de genocídio contra Israel.
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Sánchez ainda defendeu que Israel seja banido de competições esportivas, tal como a Rússia foi após o início da invasão da Ucrânia, em 2022, e demonstrou sua “profunda apreciação” pelos protestos pró-Palestina que suspenderam a última etapa da Volta da Espanha de ciclismo. O conselho editorial da rede pública RTVE também anunciou nesta terça-feira que não participará do festival musical Eurovisão se os israelenses não forem excluídos. Holanda, Eslovênia, Islândia e Irlanda também ameaçaram não participar se Israel for admitida no concurso. http://dlvr.it/TN6Tjl