No 2º dia de julgamento da trama golpista, a ministra Cármen Lúcia pediu esclarecimentos ao advogado sobre o período composto por insubordinação que tem seu cliente como sujeito. O defensor repetiu várias vezes um enunciado em que omitia um complemento essencial à sua compreensão: cutt.ly/rrZE4Uhf

Uma raríssima (auto)publicação, dificílima de ser achada, listou mais de mil problemas (lacunas, erros e equívocos) encontrados por um tradutor na primeira edição do Aurélio. Saiba mais: cutt.ly/frAA4xeZ

“Escreva-se como é por todos pronunciada: muSSarela.” “A palavra é grega [kathetér], mas o latim obriga-nos a dizer ‘catéter’.” “É infundado o escrúpulo de quem diz haver cacófato em ‘por cada’, ‘ela tinha’, ‘alma minha’ etc. haverá somente se a palavra for obscena.” (Questões Vernáculas, 2001)

Pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 41% das brasileiras rejeita convites para dates, aceitando tão somente encontros. Segundo o levantamento, as mulheres dessa mesma parcela podem até dar um perdido ou chá de sumiço, mas nunca dão ghosting. Também não dão match e só combinam ou dão liga.

No sânscrito, "yoga" é masculina e pronunciada com timbre fechado (ô). Mas, ao conhecer o português, ela variou de gênero, pronúncia e grafia, sendo hoje classificada, falada e escrita de várias formas, fato que hoje causa discórdia entre seguidores da disciplina e demais falantes: cutt.ly/wrEauI9T

Além de escritor, Graciliano Ramos foi um rigoroso revisor de texto. Era bem grammar nazi, e ai de quem cometesse erros de português na redação do jornal: “Seu cavalo!”, xingava. Também cultivava grande intolerância contra usos e abusos de autores pedantes. Saiba mais: cutt.ly/vrWZs2Uo

Numa treta entre gramáticos, eu torço pela treta. Mas a melhor lição nesse caso é deixar que cada pessoa escolha o superlativo que lhe soe melhor. Saiba mais: cutt.ly/7rm01XLU

Conto inédito de Nelson Rodrigues: cutt.ly/vrmpaeis

RIO DE JANEIRO (Reuters) – Com a morte de Evanildo Cavalcante Bechara no último dia 22, dezenas de cardeais da língua portuguesa devem se reunir em breve na Academia Brasileira de Letras para o conclave, a votação que define o novo papa da Igreja Gramatólica. Saiba mais: cutt.ly/9rnzuHGq

O falante apavorado trata a língua como se ela fosse uma cristaleira cara que, herdada dos avós, decora o salão onde seus filhos jogam futebol. Vive em sobressalto, o coitado, à espera do chute forte que vai estilhaçar seu tesouro. www1.folha.uol.com.br/colunas/serg...

Corretor do que nunca esteve errado, o sabichão tem o mesmo papel final, reprodutivo, dos zumbis: comer o cérebro do maior número possível de pessoas para transformá-las em sabichonas também. Todo cuidado com ele!

Para o obstinado povo do Direito, “pedir vênia” nunca foi suficiente: era preciso fazer uso do latim para distinguir ainda mais o já diferenciado estilo jurídico. Confira aqui inúmeras latinices veniais que advogados importaram e até inventaram – sem base alguma – para o juridiquês: cutt.ly/vrjjaprk

Puristas condenam “ter que” no lugar de “ter de”. De fato, tradicionalmente, usava-se sempre “ter de” para exprimir obrigação, desejo ou necessidade. Mas a língua se embriagou com variações dos literatos boêmios, e os gramáticos tiveram que reconhecer o cruzamento sintático entre as duas regências:

No afã de ensinar a linguagem correta, muita gente se empolga e acaba prestando mais desserviço do que serviço. Num vídeo de seu Instagram publicado ontem, a jornalista Maria Beltrão conseguiu cagar 5 regras em 1 minuto. Confira aqui cada cagação de regra desmentida: cutt.ly/krfQyNNg

“Certeza absoluta” está no índex dos caçadores de pleonasmos. Dez entre dez listas de pleonasmos viciosos criminalizam a expressão, com a bênção de sacconnis e cíntias-chagas da vida. Segundo esses arautos da língua, “toda certeza é absoluta”... Pura cagação de regra. Saiba mais: cutt.ly/PrdMrMvY

A tara dos romanos pela gramática surgiu graças a um acidente: ao visitar Roma, o gramático grego Cratos de Malos fraturou a perna e, obrigado a permanecer lá, abriu uma escola. Ali, vários romanos tomaram gosto pela arte de cagar regras com um rigor jamais imaginado pelos gregos: cutt.ly/SraTAqZE

A pronúncia ‘cat(é)ter’ era dicionarizada e prescrita em gramáticas até o início do séc. XX. Mas a frescura de um erudito levou vários gramáticos a condená-la só porque não seguia a prósódia grega: cateTÉR. Ironicamente, quem ensina ‘caTÉter’ é o gramático mais apegado à etimologia: cutt.ly/lrojYBTj

Trecho do poema "A Tua Carta", de Gonçalves Crespo (1870) 👉🏽 cutt.ly/4roq1QFn

a voz passiva tira a força ação do seu texto. então, em vez de dizer o "roberval foi atingido por uma facada" diga que a "facada dilacerou o bucho de roberval". muito mais impacto.

Conto-anedota de Humberto de Campos publicado em 1921: cutt.ly/YriTsrmF

Talvez muita gente ignore o fato de que “boquete”, em sua forma escrita, não ingressou na língua portuguesa com sentido de sexo oral: cutt.ly/MryhPkyp

Lição de estrangeirismo com o humorista Rodrigo Sant’Anna.

Mesmo após declarada a independência, o Português Brasileiro continuou sujeito às regras do Português Europeu graças ao conservadorismo de políticos ainda submissos à sintaxe lusitana, o que provocou rebeliões contra a regência oficial em várias regiões do país. Saiba mais: cutt.ly/GrrhSJV5

Alô, coleguinhas! Adendo importante ao manual de redação: Foi “acusado” de fazer o que fez na cara dura diante de milhões, sem nenhuma margem de dúvida além do jogo de mistificação e gaslighting em que a extrema direita transformou a política nos últimos anos = fez.

uma das maiores molecagens da língua portuguesa é "extensão" ser com "x" e "estender" e seus derivados (estende, estendido, estendida etc.) ser com "s". aceito, mas não me conformo

Foi aprovada pelo governo de Portugal uma resolução com os detalhes da criação de Amália, modelo de linguagem com uso de inteligência artificial que tem, entre seus objetivos, “separar a variante do português europeu daquela falada por brasileiros”.

Uma expressão consagrada pelo uso tem sua identidade confiscada pelo Acordo Ortográfico e apelará a todo tipo de safadeza para reaver sua grafia original. 👉🏽 cutt.ly/9e0kcr8o

O ano de 2024 está se encerrando com nova polarização: de um lado, elitistas que festejarão fim de ano, mas não final de ano; de outro, pessoas que celebrarão tanto fins quanto finais. A intolerância levou militantes de extrema pureza a criarem cercadinhos em praias. Saiba mais: cutt.ly/He1fIAuX

Existem bestas quadradas. Mas o advogado do Daniel Silveira é uma besta hexagonal. Ele precisa de mais dois kados (ode dentro e o de fora) pra ter toda a sua bestialidade contemplada. Paulo não Faria, mas eu faria (com trocadilho) umas cinco alterações de revisão desse txt escrito com o suvaco.

Com Harvey Dent na Corregedoria, Bruce Wayne tem um novo aliado para corrigir crimes de lesa-gramática. Agora o desafio é combater um trovador chamado Coringue, que escreve versos em linguagem neutra, deseducando a juventude de Gotham e ameaçando acabar com o masculino genérico de uma vez por todes.

“O que a gramática uniu, a vírgula não separa” (Mateus 19:6). A Bíblia ensina que não se deve separar com vírgula o sujeito do seu predicado. Mas a língua é multifacetada, e a exegese de outros versículos revela que é lícito o divórcio entre sujeito e predicado em certos contextos: cutt.ly/SeBxBEj5

A importação de “apply for a job” rendeu inusitadas regências verbais: "aplicar-se para uma vaga", "vou me aplicar pra vaga", "como aplicar em vagas de". Apesar de toda essa aplicação, não conseguiu vaga em nenhum dicionário até hoje. Conseguirá a vaga de “candidatar” e “inscrever”? cutt.ly/veBiZ7Qz

Tudo começou quando uma senhora ensinava a seu filho que voos têm acentos e pediu opinião de uma passageira, que discordou. Indignada, a mãe disparou: “Só falta me dizer que avião também não tem acento!”, sendo outra vez contestada: “Não tem. Til é sinal diacrítico”. Saiba mais: cutt.ly/QeCgAV5o

Ep. IV: The Rise of Brazilian Portuguese Lisboan Kenobi recebe pedido de ajuda da Aliança Lusófona para deter os ataques do Português Brasileiro – que tem oprimido o Português Europeu com brasileirismos, tupinismos e africanismos – e acaba reencontrando seu poderoso aprendiz Tupiniquim Skywalker.

Usando lógica simplista que subordina certo e errado ao literalismo, há quem invente regras e crie condenações para usos legitimados há séculos na língua. Aqui desmentimos duas fake news gramaticais segundo as quais “em virtude de” e “graças a” não podem ser usados negativamente: cutt.ly/GeZCdjnS