10 conceitos literários em Machado de Assis (Salve este fio para reler depois!) Machado reinventou o romance ao expor contradições do Brasil e da alma humana. Aqui vão 10 conceitos-chave para reler sua obra com novos olhos 👇 1/12

Em primeira mão, revelamos a capa de "Machado, o filho do inverno", de C.S. Soares. A pré-venda começa amanhã. O livro é um convite para que os leitores atravessem a névoa do século XIX e testemunhem, passo a passo, o nascimento literário do maior escritor brasileiro.

O Alienista não é apenas um conto sobre loucura. É algo bem mais inquietante: O que acontece quando a ciência vira tribunal e a normalidade se torna a maior anomalia (você vai querer salvar este fio): 🧵 1/9

Fingir que leu é um esforço constante. Ler de verdade pode ser silencioso e solitário, mas é onde a magia acontece.

Machado de Assis não é apenas “o maior escritor brasileiro”. É algo bem mais incômodo: O que acontece quando um gênio negro é embranquecido pela história por mais de um século (você vai querer salvar isto): 🧵 1/8

Machado inaugura o realismo fantástico brasileiro com um narrador impossível: um defunto-autor que escreve do além. Ironia além da vida. 1/5

Na cena célebre do capítulo 32 de Dom Casmurro, Bentinho, guiado pelo rótulo de José Dias, examina Capitu como prova: tenta decifrar os “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. O olhar vira enigma, a memória, lupa: e o juiz revela-se no próprio narrador. 1/7

Machado, em fragmentos. Reconhece o livro?

Se tivesse de recomendar apenas uma obra machadiana a um amigo estrangeiro, qual seria?

Capitu não cabe no veredito. Em Dom Casmurro, quem acusa é um narrador ciumento que escreve para se absolver. Bento monta cenas como quem edita lembranças: olhos de ressaca, gestos reconstituídos, pistas ambíguas. Provas? Só as que a memória fabrica. 1/3

A memória no Brasil não é lembrança: é cicatriz. Onde faltam arquivos, sobram silêncios. E é dessas fendas que a literatura nasce, tecendo ausências, remendando como pode um tecido gasto, onde cada ponto revela o que o tempo tentou apagar. 1/3

Em Dom Casmurro, o maior crime não é adultério, é a manipulação da lembrança.

Você acha que Brás Cubas seria um influencer se vivesse hoje?

Para Eça de Queiroz, a burguesia é ridícula. Para Machado, é perigosa.

Cada releitura de Dom Casmurro é um novo julgamento, e nós, leitores, somos os jurados cansados.

Se Dom Casmurro fosse lançado hoje, teria o mesmo impacto?

A felicidade é uma anedota contada pelo acaso.

Não é Capitu que trai; é Bentinho que condena sem tribunal.

Machado é mais gênio como romancista, contista ou cronista?

A glória, para Machado, é um convite sem endereço.

O defunto-autor não escreve para os vivos, escreve para humilhar o tempo.

Bentinho escreve para se vingar: e para que ninguém perceba isso.

Qual personagem machadiano você acha mais atual?

Mentir é apenas narrar de outro ângulo?

Em Dom Casmurro, o ciúme é o narrador secreto de cada página.

Se pudesse conversar com Machado de Assis por uma hora, o que perguntaria?

Para Darwin, vence o mais apto. Para Machado, o mais apto é quem melhor finge fraqueza.

Capitu é acusada com o mesmo ardor com que se inocentam as memórias.

Cada segundo é um fiado que o tempo cobra com juros.

Que obra de Machado de Assis você gostaria de ver adaptada para série de TV?

Em Dom Casmurro, as certezas são como penteados: moldadas pelo olhar de quem as faz.

Se Shakespeare fosse carioca… 🧵 Machado de Assis seria seu nome. Criador de uma língua literária própria, inventor de vozes que ecoam até hoje e mestre em dissecar paixões humanas. Mas ele ousou algo que Shakespeare jamais fez… 1/8

Sua herança é uma obra; seu legado, um inventário de desilusões.

O livro não pergunta se Capitu traiu; pergunta se nós precisamos que ela tenha traído.

Para Mario Vargas Llosa, a ficção revela a política. Para Machado de Assis, a política é ficção oficial.

O orgulho, para Machado, é a vaidade vestida de armadura.

O trono, para Machado, é a cadeira que mais cansa.

A leitura é o crime perfeito do tempo.

A inveja, para Machado, é uma confissão com disfarce.

Autoridade é o talento de convencer o silêncio.

A política brasileira é um baile de máscaras ao ar livre.

Ver é suspeitar da primeira impressão.

Para Camus, a vida é absurda e sem sentido. Para Machado de Assis, o sentido é moldado pelo interesse.

Para Machado de Assis o tempo é cobrador sem rosto.

A vaidade é o açúcar da mentira.

Em 1999, a Folha de S. Paulo enviou os originais de Casa Velha, de Machado de Assis, para seis grandes editoras sem revelar o autor. Record, Ediouro e L&PM não responderam; Companhia das Letras, Objetiva e Rocco rejeitaram o romance.

O romance, para Machado, é uma mentira que diz a verdade.

Bentinho queria a verdade, mas apenas a que confirmasse sua sentença.

Para Melville, o mar é desafio infinito. Para Machado de Assis, é metáfora domesticada.

O cemitério é a biblioteca onde todos os livros se fecham.